Gosto de gatos. De lhes pegar ao colo, de dar festinhas.
Gosto de mãos. Do que contam sem falar. Do que escondem e do que criam.
Gosto de regressar ao trabalho, aos projectos suspensos...
Gosto deste blog que me fez pensar sobre o que realmente importa, gosto desta música, gosto deste site.
Gosto muito do Outono e gostava que ele chegasse mesmo, mesmo...
Rumamos para Norte.
Num Outono estranhamento quente apetece ainda passear pela praia e ver o pôr do sol.
As praias desta zona são grandes, espaçosas, bonitas nesta altura do ano, vazias.
Visitámos a cativante Costa Nova.
Colorida, com os "palheiros" às riscas e a ria ali ao lado!
Há ainda muitas casas bem conservadas, com detalhes bonitos, cuidadas.
Com flores nas janelas, com bancos bonitos na entrada, um bocadinho a lembrar o requinte que sempre me espanta nas casas francesas.
Esta casa verde foi a que mais me agradou... Até tinha, à porta, um local próprio para prender as bicicletas!
Nem sempre tudo corre como planeado.
Às vezes as férias acabam antes do que se desejava.
Desta vez a casa com rodas acusou os vinte e muitos anos de uso e parou.
A caixa de velocidades morreu, já em Espanha.
Descansa agora, aguardando pacientemente que lhe consertem as entranhas para novas aventuras.
Partimos sem destino numas férias breves para (re)descobrir a costa da Galiza.
Antes de chegar à vizinha Espanha visitámos a bonita Pateira de Fermentelos, uma das maiores lagoas naturais da Península Ibérica. Alguém me tinha falado do lugar e a S. e o P. também tinham por lá passado...
Encontrámos ao entardecer um lugar sereno, silencioso, quase bucólico.
Havia alguns pescadores, algumas pessoas a passear, algumas curiosas embarcações ancoradas...
Havia patos, não muitos.
E o calmo murmúrio da água.
É difícil entender como é que um lugar tão bonito seja tão pouco divulgado pelo turismo de Portugal mas... essa mesma razão preserva lugares assim, num anonimato que protege da banalidade.
Às vezes as férias acabam antes do que se desejava.
Desta vez a casa com rodas acusou os vinte e muitos anos de uso e parou.
A caixa de velocidades morreu, já em Espanha.
Descansa agora, aguardando pacientemente que lhe consertem as entranhas para novas aventuras.
Partimos sem destino numas férias breves para (re)descobrir a costa da Galiza.
Antes de chegar à vizinha Espanha visitámos a bonita Pateira de Fermentelos, uma das maiores lagoas naturais da Península Ibérica. Alguém me tinha falado do lugar e a S. e o P. também tinham por lá passado...
Encontrámos ao entardecer um lugar sereno, silencioso, quase bucólico.
Havia alguns pescadores, algumas pessoas a passear, algumas curiosas embarcações ancoradas...
Havia patos, não muitos.
E o calmo murmúrio da água.
É difícil entender como é que um lugar tão bonito seja tão pouco divulgado pelo turismo de Portugal mas... essa mesma razão preserva lugares assim, num anonimato que protege da banalidade.
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a música é tamanha, cabe em qualquer medida...
Na sua mão sobe o ar ao infinito, de lá treme. A música por um lado vê-se, por outro não se vê. Nada da música se improvisa por acaso. A música corre nas gargantas e pode ser tocada com um só dedo. A música mostra-se feia para os seus pares e bela para os seus ímpares. A música emudece por vezes os cantores e deixa-os a sós nos camarins à espera do amigo do carrasco. A música não é a mesma quando ouvida de longe ou quando ouvida de perto. A música não tem explicações a dar a si mesma. Isso explica tudo. A música dá asas a quem voa, a quem tem asas para voar. A música faz aos poemas aquilo que os poemas quiseram fazer dela: render-se. E aos outros propõem; rendam-se. Tréguas e batalhas sem ordem de aviso.
A musica referenda a liberdade? Sim ou não? A música depende de um botão da liberdade e desunha-se a mostrar os efeitos de num dedo a voz humana. A musica faz orelha moucas. A música não se esquece no silêncio, por isso nos lembramos dela. Permanece em mais que um som. A música vai por vezes mais alto e de uma torre afunda o eco no centro da terra. A música aguenta-se de pé, dorme sentada, dança e escorrega na cama. A música pausa e pausa, faz das malas a viagem mas se acena, já de longe, a música atira os seus poemas ao mar e recebe-os nas ondas do dia seguinte, nas garrafas outro povo. A música perdeu muitos bons poemas no vento contrário, quem sabe era bons. A música é uma cópia de uma cópia, cara aberta vai ao fundo e vem à tona por respiração. A música é uma revolução de estilos, é do passarinho herdeira orfã. A música é orfã. Quando nasceu os seus pais tinham morrido há pouco. É orfã.
A música esfrega os dedos em tudo o que der som. A música nunca teve em si mesma uma moral, pensa que não pensa e que não perdura. Diz-se que faz muito bem ouvi-la alguém que pense e que perdure por ela. A música não tem barreiras mas o amor por ela, sim. A música prepara-se, destroçada, mas vaidosa para confessar tudo ao cair do sol. A música chora e ri ao mesmo tempo, uma criança por razões não exactamente compreensíveis. A música quer ser perfeita, sempre que por escolha é imperfeita. Por talento dá-se a todas a bondade, a presunção, ressentimento e mais não fosse a quatro tempos. A música de repente é a mesma nota repetida e outras vezes. A música mede-se com caneta e gravador. É maior e é menor. A música quando se encontra já lá está. A música nasceu antes de nós termos nascido com ela. A música segue a sua sombra e pela sombra é fácil, não há espelho. Ou é ritmo ou é pausa. Ambos dúbios mas reconhecíveis.
A música é feita à janela e aberta vê-se da rua. A música eriça-se ao menor vento, arranha-se a si mesma, ladra ao ar, risca a terra. Gosta mesmo. A música quando a chuva cai com barulho de entre as nuvens vê-se o mar em dia de acalmia o que não é explicável nem por norma nem por excepção dos deuses. Digamos que são os sons em dia de ofertório. A música vai de rio e desagua. Aquece a água doce, rebenta no mar salgado, larga os seus bichos no mar. A música tem duas mãos, é tocada com um só peito, um só dedo. Da música sobe o ar ao infinito. A música tem um só dedo e um só dedo. A música tem um só dedo e um só dedo. Nada da música se improvisa por acaso.
»(Sérgio Godinho)
Esta beleza pode ouvir-se aqui.
Uma definição linda, clara do muito que a música é e não é.
Gosto de estar quase de férias.
Gosto de Lisboa, de Lisboa à noite.
Gosto das noites de Outono, amenas, tranquilas.
Gosto deste livro que faz desejar que algumas coisas nunca aconteçam, deste blog com fotografias lindas e deste outro, descontraído.
Gosto muito desta loja, ideia de uma antiga colega de faculdade.
Gosto de ver as minhas ideias passar da ficção do meu pensamento à realidade que invento...
Gosto de viver devagar e de ter tempo para mim.
Gosto de Lisboa, de Lisboa à noite.
Gosto das noites de Outono, amenas, tranquilas.
Gosto deste livro que faz desejar que algumas coisas nunca aconteçam, deste blog com fotografias lindas e deste outro, descontraído.
Gosto muito desta loja, ideia de uma antiga colega de faculdade.
Gosto de ver as minhas ideias passar da ficção do meu pensamento à realidade que invento...
Gosto de viver devagar e de ter tempo para mim.